Muitas vezes criticamos o dinheiro, malsinando-lhe a existência, no entanto, é lícito observá-lo através da justiça.

              O dinheiro não compra a harmonia, contudo, nas mãos da caridade restaura o equilíbrio do pai de família, onerado em dívidas escabrosas.

             Não compra o Sol, mas nas mãos da caridade obtém o cobertor destinado a aquecer o corpo enregelado dos que tremem de frio.

            Não compra saúde, entretanto, nas mãos da caridade assegura proteção ao enfermo desamparado.

            Não compra a visão, todavia, nas mãos da caridade oferece óculos aos olhos deficientes do trabalhador de parcos recursos.

           Não compra euforia, contudo, nas mãos da caridade improvisa a refeição, devida aos companheiros que enlanguescem de fome.

           Não compra a luz espiritual, mas nas mãos da caridade propaga a página edificante que reajusta o pensamento a tresmalhar-se nas sombras.

          Não compra a fé, entretanto, nas mãos da caridade ergue a esperança junto de corações tombados em sofrimento e penúria.

           Não compra a alegria, no entanto, nas mãos da caridade garante a consolação para aqueles que choram suspirando por migalha de reconforto.

            Dinheiro em si e por si é moeda seca ou papel insensível que, nas garras da sovinice ou da crueldade, é capaz de criar o infortúnio ou acobertar o vício. Mas o dinheiro do trabalho e da honestidade, da paz e da beneficência, que pode ser creditado no banco da consciência tranqüila, toda vez que surja unido ao serviço e à caridade será sempre bênção de Deus, fazendo prodígios.

Emmanuel

Psicografado por Francisco Cândido Xavier